quinta-feira, agosto 25, 2011

introdução a Nova Iorque, deixar o mundo girar

Vou para Washington a pensar em Nova York, e ainda não levantei voo. Depois, justiça aos factos, entrei na "Cidade de Vidro" pela primeira vez, a sério, com o escritor irlandês Colum McCann sem nunca lá ter ido. Agora nova-iorquino da gema, há 20 anos.

Antes, ocorre-me, entrara com Paul Auster e já não me lembrava quantos anos antes. Depois comecei a olhar pelo buraco da fechadura, mais atenta, com Brendan Behan, mas tudo ficou mais claro quando o Richard Zimmler desenhou o mapa, numa tarde de Foz e praia com nevoeiro, como quem traça a anatomia exímia de um corpo, sem deixar escapar cada um dos órgãos vitais. 

É isto: já estou em Nova York sem nunca lá ter estado graças ao King Kong e a "Day in Harlem", aos "Desafinados", e Almighty God, graças ao Woody Allen. 

Mas, agora que penso em tudo isto, sei de fonte segura, não tivesse eu o áudio para o comprovar, que a culpa toda, afinal, é do facto de deixar o grande mundo girar (Let the Great World Spin), título do livro que foi National Book Award em 2009 de Colum McCann.
...
Olhar de quem nunca tem pressa, um bloco de notas na mão - não vá surgir alguma ideia a meio da conversa-, e uma cadência pausada na melodia que lhe sai das cordas vocais para trazer o pensamento para este lado de cá, Colum McCann começou a levar-me a Nova York antes que o mundo girasse. Um ano depois, as malas estão quase feitas e vou entrar lá, agora, pelos meus pés. Ganhei a chave para abrir a porta sozinha, ao menos. Vou trazer Nova York daqui a um mês. "You can hold on to the past and also create a brand new future" - Ladies and Gentleman, Mr Colum McCann in 41 seconds...

Colum McCann, an irishman in New York by vanessar

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